Então, você quer aprender um novo idioma (Japonês, Inglês, por exemplo), mas não sabe por onde começar. Já tentou de tudo um pouco, fez várias pesquisas na Internet, achou um monte de vídeos e páginas prometendo fórmulas mágicas, metodologias exclusivas, verdadeiros milagres e já até se matriculou nesses cursos onlines com um monte de vídeo-aulas e exercícios, mas não deu certo? Fique sabendo que o motivo de você não ter aprendido não é que você seja incapaz ou não seja inteligente o suficiente. Aprender idiomas não depende de inteligência. Depende apenas de usar a forma apropriada a cada caso. Se você tentar aprender um novo idioma do mesmo jeito que aprendeu desde que era bebê, não vai obter resultado satisfatório. Talvez seja esse o motivo da frustração. Se esse é o seu problema, então assista até o final e veja as soluções possíveis.
Há coisas que dá para aprender sozinho ou por conta própria com a ajuda de livros, vídeos, como cozinhar, matemática, geografia, ciências, informática, etc. MAS IDIOMAS NÃO.
Devorar livros, apostilas e ficar assistindo vídeo aulas não não vai lhe deixar fluente. Serve apenas como dicas disso ou daquilo.
Para aprender idiomas é necessário ter alguém para praticar e que saiba mais do que você. Caso contrário, você não tem como evoluir. Ou seja, se o ser humano fosse capaz de aprender a falar sozinho, bastaria dar livros e vídeos para um bebê e esperar alguns anos. Não vai funcionar.
Praticamente existem 2 formas de se aprender idiomas:
1- como língua nativa (1a língua, desde bebê);
2- como língua adicional (2a. língua em diante).
São processos bem diferentes de se aprender… Temos que saber qual usar de acordo com a situação para se obter resultado positivo.
No primeiro processo (1a língua) todos nós passamos por ele, independentemente de qual país nasçamos. É o mesmo processo usado pelos pais com seus filhos. Não há outra alternativa para os pais se comunicarem com seus filhos a não ser a de falar com eles e continuar falando, por anos, até que eles aprendam naturalmente. Nenhum bebê nasce falando. Até começar a falar as primeiras frases, são necessários pelo menos 2 anos em média. Para começar a falar é necessário entender primeiro. O bebê só começa a falar aquilo que ele já entende ou aprendeu.
Apesar de muitas pessoas acreditarem que esse processo é rápido, na verdade aprender a 1a língua é o procedimento mais longo e demorado de todos. São anos e até décadas de aprendizado. Isso é fácil de ser identificado quando comparamos o vocabulário de crianças de 3, 5, 10 anos com adultos. Percebe-se que em cada uma dessas faixa etárias a forma de falar são diferentes. Uma criança de 5 anos ainda não tem vocabulário suficiente para entrar no mercado de trabalho como um adulto, independente do nível de escolaridade.
Ou seja, essa forma de aprendizagem (1a língua) é adequada somente para bebês ou crianças bem novas que ainda não aprenderam nem o primeiro idioma completamente. É o caso de crianças que mudaram de país e começam a frenquentar a escola nas primeiras séries. Quanto mais nova for a criança, mais fácil e rápido será a adaptação dela à nova língua.
Agora vamos para o segundo processo.
Se você já é “crescidinho” e já aprendeu o seu primeiro idioma, não adianta tentar aprender usando as mesmas técnicas de ver, ouvir e repetir que são predominantes no primeiro. Isso pode ser eficaz para aprender a primeira língua, mas requer muito tempo. É um processo demorado.
A forma mais adequada nesse caso é usar o conhecimento que você já adquiriu na primeira língua (materna) para aprender o segundo idioma. Lembre-se, nesse momento seu cérebro já está preenchido com o primeiro idioma. Ele é o idioma dominante. A chegada de mais uma língua normalmente gera conflito. Igual à chegada de um novo bebê: até então ele era o filho único. Tinha atenção exclusiva dos pais. A partir de agora as atenções terão que ser divididas. Isso gera ciúmes, conflitos, insegurança, etc.
Nesse caso o que tem que ser feito para amenizar esses conflitos é aprender o novo idioma comparando-o com o primeiro, fazendo uso de tudo o que você já aprendeu até agora. Todo o conhecimento já adquirido no primeiro idioma(língua nativa) deve ser reaproveitado. Neste processo podemos fazer uso de tradução de palavras. Recurso que não pode ser usado quando estamos aprendendo o primeiro idioma.
Por exemplo, qual seria a melhor forma de explicar a palavra “hora extra”?
A resposta é: depende das características do aluno.
Para uma criança de 5 anos, não dá para usar a metodologia de segunda língua (comparando, traduzindo, etc), pois “hora extra” ainda não faz parte do vocabulário dela e nem entende o conceito. Nesse caso uma explicação tem que ser usando várias outras palavras + frases que já fazem parte do vocabulário dessa criança.
Para um adulto, que já sabe o significado em sua primeira língua, basta usar uma tradução para o idioma que está sendo aprendido:”Zangyou”, em japonês, ou “over time”, em inglês. Não há necessidade de explicar como se ela fosse uma criança, limitando a explicação ao vocabulário que ela possui. Isso na verdade mais desestimula do que incentiva. Dessa forma gasta-se muito menos tempo para se aprender do que se for usar a primeira metodologia.